Mulheres na alcova













Mulheres uniformizadas pela religião
Salto alto e vestido de missa
Tirados do armário da sua submissão
Véu de renda branco avisa
Que o terço está na outra mão
E todos os seus pudores na brisa
Saída do perfume do seu tesão.

Mulheres domesticadas em comunhão
Caminham em fila para o altar
Na visão da mente em procissão.
Muitas vezes, ao caminhar
Cada uma deixa aparecer no vão
Por baixo da bainha, empinar
Sua fabulosa cauda em ascensão
Tão selvagem quanto seu amar
De alma faminta, não de oração
Mas, de um espírito no ar
Da sua própria natureza e compreensão
Latente no seu âmago um respirar
Feminino, adormecido no seu coração
De fêmea que vive a sonhar
Com uma verdadeira paixão!

Helen De Rose



*lançado em junho/2009 - CBJE - Rio de Janeiro

Comentários

  1. parabens por ser a escritora, poeta e mulher que vc é. especial e única. meu email é romanelli@mandic.com.br e apreciaria que tambem, conhecesse um pouco de meus escritos fazendo uma pesquisa no google assim " roberto romanelli maia ". beijos de seu admirador roberto

    ResponderExcluir
  2. Helen...
    Parabéns pelo poema que na idade do obscurantismo, te levaria á fogueira da Santa Inquisição...Ainda bem que já não há disso, e as mulheres têm plena liberdade de exprimir o sentimento que lhe vai na alma... e a volúpia do corpo da fêmea que há em cada uma...
    Muito bom

    ResponderExcluir
  3. Maravilhoso.....
    Você fala por nós....
    Grande beijo

    Sonia (Floripa)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Agradeço sua atenção.

Helen De Rose