Na bruma do templo,
eu não sei quem te perdeu,
levada por onde
um cavaleiro monge,
entrança-se nos sonhos
dos fios dos cabelos teus.
Não sei quem ele é
nem sem de ti.
Só sei
que lágrimas choram
por um poema morto,
filho da mãe-dor
da literatura,
nascido e cuspido
num alfabeto de palha,
porque as palavras
sem gestos nada valem,
nem o frio da vil perseguição.
Sempre haverá um azul ternura
e um ponto e vírgula
nos teus sonhos de amor,
no canto dos teus olhos
flores de água,
tirando dos teus olhos
todas pedras brilhantes
para enfeitarem
teu pescoço de poeta.
Helen De Rose
*Lançamento 20/02/2015 - CBJE - Rio de Janeiro.
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Agradeço sua atenção.
Helen De Rose