Ausência (entre parênteses)



Deitada nesta linha pulsante da vida,
eu entrego meu corpo cansado,
com todas as minhas lutas em vão,
alimentadas pela ilusão de um sonho,
que um dia vi acontecer nos teus olhos.
(Uma luz nos envolveu rapidamente,
enquanto o amor sorriu para nós,
transformando nossa vida numa só.)

Deitada nesta linha pulsante do amor,
eu entrego meu espírito magoado,
com todos os sentimentos do meu coração,
silenciado pela minha visão marejada,
que um dia vi sair da tua emoção.
(Um sentimento único, sem explicação,
em cada gesto, ao som da nossa respiração,
no descanso do êxtase do nosso amor.)

Nesta ausência de mim mesma,
a noite ficará mais serena com a presença da Lua,
e o dia mais iluminado com cada nascer do Sol.
Eu estarei entregue na paz de não ter nada,
nem aqui ou em qualquer outro lugar.
(Afinal, os parênteses podem ser retirados
sem alterar o sentido da sua vida, sendo 
dispensáveis, apenas um acessório ínfimo.)


Helen De Rose

*Lançamento em 20/06/16  - CBJE - Rio de Janeiro.


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