Os desertos do meu coração


Estou mergulhada nos meus sentimentos
Refém na gruta dos meus olhos castanhos
Do seu interior vejo o véu das minhas lágrimas
Formando uma cachoeira de emoções
Descortinando uma nuvem de fumaça
Embaçando minha visão completamente
Estou mergulhada nas minhas tristezas
Decepções e sofrimentos que me desanimam
Não tenho mais vontade de voltar
Quero viver nesse mundo surreal
Ouvindo o som das águas do oásis
Alimentando os desertos do meu coração
Desabitado por qualquer chance de amor

Quando chega a noite, o frio toma conta das dunas
Dos relevos e planícies do meu corpo
Soprando um vento gelado nas minhas entranhas
E minha pele vai se transformando numa estátua
Esbranquiçada pelo prateado da Lua cheia
De repente, estrelas caem do manto negro do céu
E anjos alados e cupidos sobre elas começam
A atirar suas pequenas flechas no meu corpo
Penetrando e rasgando minha pele com força
Rapidamente começo a sangrar
E de cada gota de sangue surge uma pétala de rosa
Vermelha, igual um veludo tinto carmim

Elevo meus olhos e meus braços pra Lua cheia
Saio da gruta dos meus olhos castanhos
E transcendo a cachoeira de lágrimas
Rompendo o véu que cobre minha face
Suplico aos céus que me tirem a vida:
- Levem-me daqui!
Os anjos se aproximam de mim
Tiram-me as pequenas flechas
Com perfumes de rosas e jasmim
Curam minhas feridas já cicatrizadas
E me dizem uma única frase
Em coro lírico, nos meus ouvidos:
- Acorde! A felicidade não é deste mundo!

Helen De Rose

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