Há um lado teu que eu nunca conheci...



O tempo já me disse tantas coisas sobre ti, 
mas, há um lado teu que eu nunca conheci. 
Tem momentos que teu sentimento parece ser tão verdadeiro, 
entretanto, noutro instante tuas palavras não me convencem. 
Tu fazes do seu mundo uma porta fechada para o meu, 
e, sem pensar, dizes que odeias pessoas mentirosas, 
porém, o que vejo nas imagens, que tu mesmo me mostras, 
são pessoas que já mentiram tantas outras vezes, 
por causa de interesses, ciúmes, invejas e ódios. 
São estas mesmas pessoas que tu manténs 
neste seu mundo de porta fechada para o meu. 
Vejo que existe uma contradição em cada palavra que tu me dizes, 
pois, há um lado teu que eu nunca conheci. 
Fico sem saber o que pensar disto tudo, 
enquanto tu insistes em me dizer que sempre me quis, 
que precisas de mim, porque me amas... 
Mas, basta tu saíres por aquela porta e seu mundo 
se fecha em copas num velho carvalho. 
Tudo permanece numa incógnita 
absurdamente silenciosa, igual uma facção secreta. 
Um emaranhado de perguntas vão seguindo 
tua sombra e as marcas dos teus passos, 
neste seu jogo de caráter volúvel. 
Precisas de mim? Amas-me? 
Então, tu faças seu jogo, 
pegues sua carta, 
entregues para a brisa leve, 
vires um peixe no reino das águas claras, 
nades nos seus oceanos em ondas severas, 
e vás morar com as lunações da Lua.

Helen De Rose

*Lançado em 20/11/2015 - CBJE - Rio de Janeiro.


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