Capuz Negro


Os ventos não se prendem em limitações,
levantam a poeira do solo em sinal de libertação.
Os fogos se alastram enquanto houver a sede das chamas,
queimam sem dó qualquer coisa que estiver em seu caminho.
As águas se movem rápidas pelas correntezas das chuvas,
transformam paisagens inteiras com o sinal da sua devastação.
As terras molhadas do alto das montanhas não permanecem,
desmoronam pelas encostas sem avisar quem está nas planícies.
Corações suspensos, palco das sombras, sortilégios!
Quem consegue olhar o rosto do seu Deus?
Ele anda pelo mundo com um capuz negro...

Os círculos se fecham na ignorância das limitações,
defendem-se com suas verdades incertas, o pecado não liberta.
As sombras dançam diante das fogueiras das volúpias,
transformam-se em fumaça diante das paixões mundanas.
A lua cheia não sai dos olhos dos Poetas imortais,
porque alimentam-se com a inspiração de um elo perdido.
Não existem linhas que demarcam fronteiras no coração,
tudo o que existe não nos pertence, nem os pés que pisam o chão.
Corações suspensos, palco das sombras, sortilégios!
Quem consegue olhar o rosto do seu Deus?
Ele anda pelo mundo com um capuz negro...


Helen De Rose


*Lançamento em 20/02/2013 - CBJE - Rio de Janeiro



Comentários

  1. Ninguém consegue olhar o rosto de deus...
    Excelente poema, gostei muito das tuas palavras, que revelam o teu talento para a poesia.
    Um beijo, minha querida amiga Helen.

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Agradeço sua atenção.

Helen De Rose